Figueirense vence a Chapecoense e conquista o 18º título do Catarinense

08/04/2018

Três anos após a última conquista, o Figueirense volta a fazer do preto e branco a cor do esporte de Santa Catarina. Gustavo Ferrareis, uma das dúvidas alvinegras para a finalíssima do Campeonato Catarinense 2018, foi o herói da conquista ao mostrar o quanto o improvável move o futebol. Foi dele o chute de muito longe que encobriu o goleiro Jandrei, encontrou as redes da Chapecoense, no começo do primeiro tempo, e decretou a primeira e única derrota verde na Arena Condá. Maikon Leite ampliou no finzinho, fez o placar final de 2 a 0. A Chape perdeu a taça e a oportunidade de conquistar o raro tricampeonato do Campeonato Catarinense. Justamente na última partida do Estadual, diante do maior público em uma partida do Estadual, os 18.064 torcedores que sorriram e choraram no domingo ensolarado em Chapecó.
Diferente das partidas na primeira fase, o Figueirense tomou a iniciativa. Aos 13 minutos, depois da batida de lateral, o atacante Gustavo Ferrareis tinha espaço um pouco à frente do grande círculo e percebeu o goleiro Jandrei adiantado. Mandou o chute, mandou bem, mandou na rede. Golaço mudaria o cenário da partida.
Atrás no placar, a Chapecoense precisava ir avançar. Afinal, jogava pela primeira vez sem a vantagem que a acompanhou por praticamente todo o campeonato. Também pela primeira vez foi estar em desvantagem dentro de casa. Conseguiu uma resposta rápida. Oito minutos depois da meta vazada, Bruno Pacheco carregou a bola pelo lado esquerdo e mandou o chute que passou perto da trave de Denis.
A partida estava configurada: os donos da casa imprimiam vigor no ataque e o Figueira iria tentar a jogada rápida para tentar ampliar. Foi nessa que o toque de lado de Jorge Henrique resultou em triangulação que voltou ao camisa 10 do Figueira bater forte e sobre o gol. A Chapecoense controlou o nervosismo, tomava conta da posse de bola e quase empatou aos 33. No primeiro grande lance depois de parada técnica, Canteros botou na área para Guilherme, que foi no alto, mesmo marcado e desviou pro gol. Denis botou a ponta dos dedos e a bola para fora para espantar o perigo. A Chape seguiu em cima, na pressão, mas o placar não mexeu.
O intervalo fez a Chapecoense mudar. Era tudo ou nada e o técnico Gilson Kleina tentou tudo com as entradas de Apodi, na vaga de Eduardo na direita, e de Vinícius, o atacante que entrou no posto do volante Luiz Antonio. Era pressão. Enquanto o Verdão tinha presença no campo de ataque, o Figueirense ganhou terreno para contra-atacar. Nada de jogo amarrado no meio de campo. Passados 10 minutos, a Chape conseguiu neutralizar as saídas alvinegras e tomou conta do terreno.
O empate passou perto duas vezes seguidas. Aos 13, Apodi botou para Guilherme na frente do gol. O atacante isolou, sozinho. No minuto seguinte, Wellington Paulista acertou o gol depois de receber e dominar. Mas o goleiro Denis foi no cantinho para defender. As investidas verdes fizeram o grito de "Vamos, vamos Chape" tradicional aos 26 do segundo tempo, em homenagem aos 71 mortos na tragédia em 2016, foi antecipado em 10 minutos para empurrar a equipe ao ataque. Mas o Figueira se segurava bem e por isso Kleina queimou a última alteração pouco depois: entrou Arthur Kaike na vaga de Guilherme.
O Figueirense também mudou peças. João Lucas entrou na vaga de Renan Mota, para emperrar o jogo verde pelo meio, e Pereira apareceu no posto de Betinho, cansado, para dar mais fôlego à marcação preta e branca. Aos 32 minutos, Maikon Leite entrou na vaga de Ferrareis para levar o 1 a 0 até o final. Com sofrimento. Como o causado pela cobrança de falta frontal de Canteros que beijou o travessão de Denis, aos 36. Foi então que o Figueira foi para liquidar a fatura. Em jogada rápida pelo lado direito, o mais utilizado pelo time para chegar ao fundo das redes e no período de tempo em que mais chegou ao fundo do barbante no Estadual, o placar foi ampliado. Maikon Leite deu o último toque na bola, na saída de Jandrei e ficou parado diante da torcida que já comemoravam o 18º título de Catarinense do Figueira.
CHAPECOENSE - 0
Jandrei; Eduardo (Apodi), Douglas, Rafael Thyere e Bruno Pacheco; Márcio Araújo, Amaral, Luiz Antonio (Vinícius) e Canteros; Guilherme (Arthur Caíke) e Wellington Paulista. Técnico: Gilson Kleina.
FIGUEIRENSE - 2
Denis; Diego Renan, Nogueira, Eduardo e Lazaroni; Zé Antônio, Betinho (Pereira), Renan Mota (João Lucas), Jorge Henrique e Ferrareis (Maikon Leite); André Luís. Técnico: Milton Cruz.
Gols: Ferrareis (F), aos 13min do 1ºTempo; Maikon Leite (F), aos 39min do 2ºTempo.
Cartões Amarelos: Wellington Paulista e Amaral (C); Renan Mota, Nogueira, Jorge Henrique, André Luís (F).
Público: 18.064 torcedores.
Renda: R$ 544.545,00.
Arbitragem: Bráulio da Silva Machado, auxiliado por Kleber Lúcio Gil e Helton Nunes. Árbitro de vídeo: Rafael Traci, auxiliado por Carlos Berkenbrock.

Fonte: João Lucas Cardoso (G1 SC)
Foto: Luiz Henrique (Figueirense)